quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Revista britânica lista denúncias de Ricardo Teixeira

Uma reportagem publicada na edição desta semana da revista britânica The Economist afirma que, enquanto o Brasil espera melhorar sua imagem com a Copa do Mundo de 2014, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) está "cercada de irregularidades", citando denúncias que seriam "gols contra" do presidente da entidade, Ricardo Teixeira.
A revista diz que, ao mesmo tempo em que a presidente Dilma Rousseff "tenta fazer o melhor para limpar a política do país", demitindo ministros ligados a acusações de corrupção, a Copa do Mundo é comandada por Teixeira, classificado pela Economist como "uma das figuras mais manchadas do futebol". A reportagem cita denúncias já divulgadas por órgãos de mídia contra o presidente da CBF (que também chefia a comissão organizadora da Copa), incluindo a afirmação do dirigente britânico David Triesman de que Teixeira pediu dinheiro em troca de seu voto em favor da candidatura da Grã-Bretanha para a Copa de 2018. A Economist cita ainda o programa da BBC Panorama, que acusou Teixeira e o ex-presidente da Fifa João Havelange de ganhar propina nos anos 1990, relacionada a direitos de televisão e anúncios publicitários da Copa do Mundo. Uma investigação da Fifa já inocentou o presidente da CBF das acusações de Triesman. Quanto às propinas citadas pelo Panorama, advogados que atuam em nome da Fifa contestam a decisão de um promotor de Zug, cidade no nordeste da Suíça, que determinou a divulgação de detalhes do caso. Outra denúncia citada pela reportagem diz respeito a um amistoso entre Brasil e Portugal, realizado em Brasília, em 2008. Segundo a revista, um contrato foi fechado semanas antes de jogo entre o governo do DF e a empresa Ailanto, chefiada por Sandro Rosell, aliado de Teixeira e atual presidente do Barcelona. De acordo com a Economist, o contrato de R$ 9 milhões tratava de direitos de marketing e "serviços vagamente definidos". A revista afirma que o caso, já publicado por órgãos de mídia do Brasil, está sendo investigado por corrupção. Contratos A revista diz ainda ter cópias de três contratos relacionados a negócios cujos propósitos, segundo ela, "não são imediatamente óbvios". Um deles, datado de 2009, trata do aluguel de uma fazenda de Teixeira no Rio de Janeiro a Vanessa Precht, ex-sócia da Ailanto, por R$ 10 mil mensais por cinco anos. De acordo com a Economist, dois parlamentares querem investigar o caso, por suspeita de que o negócio seja uma forma da Ailanto devolver ao presidente da CBF parte do dinheiro recebido com o jogo entre Brasil e Portugal. Os outros dois contratos, segundo a reportagem, dizem que o empresário Claudio Honigman teria pago R$ 22,5 milhões a Teixeira e a Sandro Rosell, de quem havia sido sócio, para comprar de volta 10% das ações da corretora Alpes. A revista afirma que, embora os contratos indiquem que as ações haviam sido vendidas anteriormente a Teixeira e Rosell, a Alpes afirma que Honigman nunca teve participação acionária na corretora. A Economist diz que Teixeira não quis comentar os fatos relatados em sua reportagem. A BBC Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa da CBF para que comentasse a reportagem, mas não obteve resposta.


FONTE: Bonde.com.br, 29/09/2011 -- 21h07

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AMIGO PIRUÁ


Procurando definição sobre o significado do apelido de um amigo querido que deixou-nos num passado ainda recente, vejam o que encontrei!

A pipoca

Rubem Alves


A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas.
Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.
Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.
Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

Rubem Alves: tudo sobre sua vida e sua obra em "Biografias".


Não sei dizer qual o real sentido do apelido do amigo em tela. Algumas vezes cheguei a penser que fosse pelo cabelo que ele teimava em não deixar crescer muito (era muito vaidoso) pois formaria aquelas bolinhas que davam a impressão do PIRUÁ. O mais importante é que o Campeonato Senior da APUEL de 2011 foi feito em homenagem ao AMIGO!!!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

FUTEBOL DA INDEPENDÊNCIA

Quarta-feira, 7/09/2011, dia da Independência do Brasil, feriado no meio da semana, dia propicio à pratica do futebol dos boleiros da quarta e no melhor campo da APUEL. Todos diriam que bom para uma bola pelada e foi mesmo. O jogo de ontem foi descontraído e, pasmem, sem nenhuma falta ou reclamação. PARABENS!!!!!!
Entretanto, como nem tudo é perfeito tinhamos poucos presentes na peleja matinal. Salvo justificativas apresentadas pelo meio oficial (email) do Aluizio, Zamba, João, Eduardo, Renan, bem como das informações do Everaldo (chegou as 13 horas, dizendo que o carro tinha quebrado) e do Junior e Dutra, que trabalharam a noite anterior, os demais nada declararam. Entre os presentes: Palma, Pedrinho, Didi, Marcão, Gabriel, Moacir, Cicero (time azul) e Marcos Branco, Rogerio, Fumaça, Negão, Clovinho, Lauro, Kavalo (time laranja). Atrasado também chegou o Carlinhos (boca) que completou o time azul com a saída do Moacir a procura do balão .... de oxigênio. Não há o interesse aqui em relacionar os ausentes de um espetáculo tão gostoso e que foi em seguida recheado pelo BELISQUETE preparado pelo Ademir e que contou com poucos presentes, porém muito saboroso como de costume.
Por ser uma quarta-feira atipica, pois todos temos outros afazeres familiares, é de fácil entendimento que alguns BOLEIROS realmente não pudessem comparecer, mas continuo enfatizando que situações do gênero sejam minimizadas, pois um simples aviso e poderiamos nos organizar para quem sabe levarmos alguns convidados para completar a pelada. Que acham???
BOM FINAL DE SEMANA A TODOS.